15.3.11

Bastava que amadurecessem.
E se desesperavam, gritavam, choravam.
Temiam ter suas peles retiradas.
Eram cortados.
Sangravam, sangravam, sangravam.
Eram jogados em água fervente
e afogavam-se em seu próprio sangue, até ficarem no ponto.
Desistiam da vida.
Prontos,
eram derramados por sobre o prato, naquele dia, de macarrão.

[tomates]
30.01.2011

4 comentários:

Elilson disse...

Pode ser até cortada, recortada, retalhada... tua sensibilidade apurada- de escritor e fotógrafo- revive, sempre.
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como comentei, aqui, o texto tomou uma forma interessante.
Interessante como o modo que colocas poesia no corriqueiro. Uma poética "simples" e completa.
Essa, talvez, uma leitura perspicaz sobre a morte. Sobre a vida.

Eduardo Henriques disse...

Tito,

Um poema que tem dentro de si o cotidiano simples e tantas vezes apoético, porém de um modo mui singelo e gracioso.
A poesia do dia, do dia a dia.
Eis, então, uma grande façanha: a beleza no que tantas vezes é visto desprovido das lentes oculares do "Ver o Belo".

Parabéns!

Ótimo!

bruniuhhh disse...

apenas gostei muito
=)

Deyse Leitão disse...

Afff Mariaaa..que profunda essa reflexão.

Tô vendo que os diversos sentidos e significados da morte estão querendo ser especulados na minha vida!

Instigador!

LINDO E PROFUNDO O BLOGGGGG!!!

Beijooos

Evoé