19.5.10

Vivia espalhando os panos e desfazendo planos. Existiu, assim, pelos cinco longos e últimos meses dos dois, tão breves, anos. Até que chegou a hora de refazer os planos, juntar os panos e ir embora. Enxugou os olhos, pôs os óculos e foi, sem, sequer, olhar para trás. Partiu em busca de outros brilhos, gostos, lugares; saiu em busca de outras tintas, palavras, portas, vozes, paisagens. Seguiu, enfim, à procura de outros corações a serem tocados, de outros corpos a serem sentidos, de carinhos renovados; de novos cuidados. Era chegada a hora de sonhos diferentes, de sonhar novamente. E sonhou. Panos, planos, longos, rápidos, olhos, outros, tocados, sentidos, renovados: renovado. E não mais, apenas, existiu – ele, agora, vive.

18.maio.2010

Um comentário:

Lays Vanessa disse...

Até a tristeza é bonita quando a olhamos com poesia. vai aí uma xícara de chá? insônia bateu aqui e não quer mais sair. qual o melhor remédio? escrever!

boa noite.

:*