30.4.10

Sob o sol do meio dia, enxugava a testa suada na manga rasgada da camisa desbotada, enquanto, para enganar o estômago que roncava faminto, cantarolava a música que aprendera com a mãe, quando criança; as lágrimas marcavam o rosto empoeirado, desde os olhos até os lábios rachados, onde eram sugadas para dentro da boca seca, sedenta.

O sol ardia.

(17.fev.10)

3 comentários:

raphael disse...

tem dias que o sol arde tanto que eu me sinto num inferno profundo... fico feliz quando chego em casa ligo o computador e o ventilado. =D

Elilson disse...

Sinto-me livre, lendo você. Proporcionas que tomemos a condução que nos cabe das cenas apresentadas, ganhando as personagens dimensões em nossa mente, enquanto deciframos e costuramos os momentos que antecederam e que talvez sucederão o ponto de tua visualização.
Ps:Sinto-me em casa, leve. Sinto-me bem. Sinto a mim mesmo dentro de algumas linhas. Sinto você. Sinto.

Iris Sunshine disse...

Confesso que não conheço as obras de Fernando Pessoa, no entanto, ao meu ver, tem alguém 'pessoando' por aqui.
Linda cumplicidade com as palavras, a beleza com as singelas coisas que a vida nos proporciona.
Kisses for you dear.